
Volto aqui com outra reportagem.
Que volta a tocar no assunto por tantas vezes complicado e cheio de tabus… Pois é.
Esclarecer as coisas nunca é demais. Encontrar semelhanças nesse mundo nos traz mais confiança e credidibilidade.
O conhecimente sempre mostra um outro lado da coisa.
Que assim seja…
A palavra homossexualidade foi criada em 1869, pelo escritor e jornalista austro-húngaro Karl-Maria Kertbeny.
Seu termo é derivado do grego homos que significa igual ou semelhante, segundo o dicionário Aurélio.
Historiadores afirmam que apesar do termo ser recente, a homossexualidade existe desde os primórdios da humanidade.
Alexandre, O Grande, o herói de Homero, também foi um grande guerreiro. Rei da Macedônia com apenas
20 anos conquistou o mundo formando o maior reino daquela época e suas famosas Alexandrias.
Para os estudiosos Alexandre era gay.
Porém essa reportagem vai focar o outro lado da homossexualidade que assim como os gays também
sofre com o preconceito que a sociedade impõe. Neste caso o amor entre mulheres ou lesbianismo.
Uma lésbica é uma mulher homossexual. As lésbicas preferem ter relações sexuais ou romances com mulheres.
Mas assim como os gays, o lesbianismo já existe desde o princípio da humanidade.
A poetisa Safo foi a primeira representante do amor entre mulheres registrada pelos historiadores.
Ela viveu entre os séculos VI e VII a.C. na Ilha de Lesbos, que era o lugar onde se cultuava a beleza feminina.
O local era famoso por abrigar as mulheres mais belas e também para onde iam as que não queriam se casar.

Safo originalmente escrevia poemas com temas amorosos dirigidos a mulheres assim como descrevia a sua beleza
com um conteúdo mais sedutor envolvendo-as. Daí surgir o termo safismo que tem o mesmo significado de lesbianismo.
Nesta época as práticas homossexuais eram aceitas sem restrição.
Passados anos, depois que a religião tornou-se o centro do conhecimento,
as práticas sexuais homo afetivas foram consideradas heresias. Mulheres que praticavam a homossexualidade
eram condenadas pela Santa Inquisição e queimadas na fogueira, junto com as outras mulheres consideradas bruxas.
Todas fugiam ao padrão estabelecido pela Igreja.
Porem muitas delas lutaram para serem aceitas na sociedade através de sua opção sexual.
O fato de serem lésbicas não significava que eram diferentes das outras mulheres.
A opção sexual era diferente, mas era um ser humano com as mesmas qualidades e defeitos.
A Revolução Russa em 1917 trouxe mulheres famosas e assumidas sexualmente lésbicas ao foco da sociedade.
A poetisa inglesa Reneé Vivien morava em Paris, não ousou em assumir sua predileção sexual.
Seu nome verdadeiro era Paulline Tarn, mas foi com seu pseudônimo que assinou os poemas de amor lésbico.
Lesbianismo no Brasil – Apesar das mudanças radicais que estão acontecendo no Brasil e no mundo,
com as lésbicas assumindo sua sexualidade, elas ainda é alvo de muita discriminação na atualidade.
Essa discriminação geralmente começa no próprio lar, depois se estende a escola e ao trabalho.
Andréas Andrade, estudante, 19 anos, afirmou que em sua casa foi complicado a aceitação.
Houve muita discussão com a família. “Assim, logo no início a reação foi péssima,
mas grande parte pelo fato de eu na época estar andando com pessoas que minha mãe não gostava,
por ela descobrir que eu estava bebendo, enfim, ela associou a opção com o comportamento.
Então eu fiquei um mês sem celular, telefone, internet... nada. Só do colégio pra casa e de casa pro colégio.
Mas aos poucos eu tive que ir reconquistando a confiança dela e mostrando que uma coisa
não tem nada a ver com a outra, e hoje em dia as coisas estão bem melhores.”
“Os pais não conseguem entender o motivo da opção sexual dos filhos.”
Daniela Aparecida, 42 anos, bancária tem uma filha lésbica.
Ela afirma que não consegue aceitar a opção da filha, mas respeita.
“Quando minha filha me disse que era lésbica, eu queria morrer.
Não consigo aceitar a opção dela sexualmente, mas eu não posso fazer nada
porque acima de tudo ela é minha filha.”
Além de sofrer com o preconceito familiar, alguns colegas de escola, faculdade ou trabalho ainda fazem chacota.
Até usam termos pejorativos como sapatão, bolacha, sabão.
Algumas empresas já estão concedendo benefícios, como planos de saúde a parceiros de seus funcionários homossexuais.
O Banco HSBC, por exemplo, já permite a inclusão de companheiros (as) do mesmo sexo de seus funcionários
no benefício de planos médicos e odontológicos.
Certos órgãos governamentais também estão fazendo o mesmo. Por exemplo, uma estrangeira lésbica que
estabelecer uma relação estável com uma cidadã brasileira tem direito desde 2004 ao visto de residência,
temporário ou permanente, no Brasil. O mesmo é válido para casais homens.
Qualquer mulher pode ser lésbica, não importando sua aparência, comportamento, status social, lugar de origem,
estado civil, profissão, religião, etc... Nem todas as lésbicas têm certa aparência e comportamento
conforme o estereotipo popular demonstra.
A novela global Senhora do Destino trouxe a tona o lesbianismo. Eleonora e Jenifer vividas pela atrizes Mylla Christie
e Bárbara Borges eram duas mulheres, femininas, bonitas e que fugiam do perfil que a sociedade impõe.
A televisão esta sempre focando esses temas polêmicos no intuito de mostrar para a sociedade que
o lesbianismo é um fato e que deve ser aceito.
Salvador - A capital baiana é considerada um dos principais pontos de desembarque para férias de turistas gays no Brasil.
Perde apenas para o Rio de Janeiro e está à frente de Recife, segundo a agência de viagens CVC.
A Bahia com suas belas praias do litoral norte e Salvador com seus bairros boêmios faz com que
os gays e lésbicas adorem o estilo de entretenimento que a cidade proporciona.
A Dj e advogada Anne Louise, afirmou que é sempre bom tocar para o publico GLS.
“As mulheres me transforma em uma diva e quer uma aproximação maior para com a minha pessoa.
Eu me sinto bem.”
O período de alta estação, ou seja, de dezembro a fevereiro são considerados os meses de maior proporção
do universo lésbico na cidade. Para a Dj Anne Louise o publico lésbico é um publico alternativo,
que gostam de curtir a vida. “É um publico ligado a tendências, que é ligado à moda,
à musica diferente e é fora do padrão comercial,” afirma.
Patrícia Machado, 25 anos, advogada, afirma que o mundo lésbico tem crescido gradativamente.
“As pessoas estão respeitando mais as diferenças, ou melhor, a opção dos outros.
Cada um tem o direito de viver a vida que quer”. Já é comum, em Salvador,
ver lésbicas em ambientes, que antes jamais se poderia pensar.
Se assumir lésbica em Salvador ainda não é fácil. A sociedade ainda carrega uma visão antiquada,
voltada à doutrina religiosa e patriarcal, a sociedade não aceita a comunhão homossexual.
A equidade, ou seja, o sentimento de justiça que impõe o reconhecimento dos direitos de cada um,
ou um critério de julgamento legal, é motivo de luta do mundo homossexual.
Laura Finocchiaro, cantora bissexual, autora do “Hino à Diversidade” tema da última Parada Gay
e São Paulo, diz que “todos os homossexuais – masculino ou feminino – para serem aceitos tem que sair do armário.
Fora do palco isso já virou regra.” Para ela não adianta esconder sua opção sexual,
pois a felicidade não virá. Para o gay ser aceito ele tem que se aceitar.